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domingo, 6 de novembro de 2011

[Por um texto de Martha Medeiros: Eu, modo de usar

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor, mas... tente mantê-lo ficando em silêncio ou falando baixinho, não acordo preparada para o barulho. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudade, conte algumas coisas que me façam rir, não seja preconceituoso, não perca seu tempo cultivando esse tipo de defeito. Não tente me controlar, odeio que mandem em mim. Não me pergunte aonde vou apenas me peça pra voltar. Não me ligue cinco vezes ao dia sem necessidade, mas também não passe o dia inteiro sem me ligar que eu sentirei muito sua falta (...) Não faça perguntas desnecessárias. Confie mais em você, na capacidade que você teve de conquistar alguém como eu (...) Espero que tenhas 'viajado' antes de me conhecer, que tenha sofrido o bastante já antes de mim pra reconhecer-me um porto, um albergue. Acredite nas verdades que digo e finja acreditar nas 'mentiras', elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sozinha e só volte quado eu chamar. E não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada... (Então fique comigo quando eu chorar, combinado?
Seja mais forte que eu e menos altruísta! Gosto de braços, gosto de pernas. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, pernas, braços, olhos, beijo, pegada...
Odeie a vida doméstica e nem tanto os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida. Não seja escravo da televisão, nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel pra você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes. Enlouqueça-me (...) Aborde-me, me deixe sem possibilidades de reação (...)
Rapte-me! Se nada disso funcionar... Experimente me amar!

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